Campanha de prevenção ao suicídio voltada a profissionais e estudantes da saúde, professores e familiares

Fotos:  Alberto Erich Okada

A Psicoterapia Existencial

 

A psicologia existencial

 

  1. É a psicologia da existência humana onde envolve pessoas reais em situações concretas;
  2. Enfatiza as dimensões histórica e de projeto e a responsabilidade individual na construção do seu-mundo;
  3. Visa a mudança e a autonomia pessoal;
  4. Trabalha o confronto do indivíduo com os dados da existência e procura-se situar e elaborar como uma possibilidade do existir;
  5. O projeto existencial é a união, o “fio condutor” entre o passado, presente e futuro, a continuidade compreensível das vivências, coerência internado mundo individual, que reflete a escolha originária que o indivíduo fez de si e que aparece em todas assuas realizações significativas, quer ao nível dos sentimentos, quer ao nível das realizações pessoais e profissionais.

 

O encontro terapêutico

 

  1. O encontro terapêutico enraíza no método fenomenológico, de tal modo que é apreensão da presença do outro “tal como” ele aparece diante do terapeuta, sem distorções interpretativas. Considera:
    • estabelecer o contato (sintonizando),
    • ascender ao seu estado de consciência (empatizando)
    • compreender o indivíduo (captando as modalidades de constituição da sua presença no mundo).
  2. O foco é a realidade do outro, isto é, a experiência que ele tem do mundo.  Caracteriza-se por uma relação existencial que envolve estar-com e estar-para.

 

A estratégia de intervenção

 

  1. Utilizar a atitude fenomenológica na abordagem dos conteúdos temáticos que estão implícitos nas produções discursivas do indivíduo:
    • Qual a minha natureza essencial?
    • Quais as minhas qualidades?
    • O que é importante para mim?
    • Quais as pessoas mais importantes para mim?
    • O que é o mundo?
    • É seguro ou ameaçador?
  2. Confrontar com as limitações existenciais, nomeada mente no que concerne à auto decepção / frustração
  3. Facilitar a exploração do mundo pessoal em relação às quatro dimensões da existência (física/umwelt, social/mitwelt), psicológica/eigenwelt e espiritual/ueberwelt),
  4. Facilitar a elucidação de significados, encorajando uma atitude de procura focalizada em si próprio, com abertura à autodescoberta para se encontrar
    • Como se identifica a si próprio e ao mundo?
    • O que é que lhe interessa realmente neste momento?
    • Que conflitos encontra?
    • Quais são os desejos?
    • Quais são os obstáculos?

 

Das intervenções

 

Assim, as intervenções deverão facilitar as alternativas ao cliente, pelo que beneficiam de aspectos tais como:

  1. Porque não? Haverá outras possibilidades?
    • Encoraja a reflexão, cria uma oportunidade para a auto exploração e pode gerar alternativas
  2. Poderia...?
    • Promove o confronto com a responsabilidade existencial e com a liberdade
  3. O que terá feito para criar essa situação?
    • Permite aumentar a consciência da autoria das suas escolhas
  4. O que é que isto quer dizer para si?
    • Solicita uma compreensão do significado dos acontecimentos para o próprio
  5. O que vai fazer para o futuro?
    • Perspectiva a possibilidade de vir-a-ser
  6. Será que poderia fazer de outra maneira?
    • Proporciona a possibilidade de mudança ao desafiar o cliente a compreender como poderá fazer outras escolhas.

 

Das atitudes e qualidades profissionais desejáveis

 

  1. A autenticidade de apresentar-se (natural e espontâneo)
  2. A aceitação incondicional da pessoa do cliente
  3. A compreensão empática,

 

As modalidades e autores

 

Na psicoterapia existencial existe uma diversidade de concepções, que acaba por caracterizar esta área de intervenção terapêutica por uma grande heterogeneidade de possibilidades:

  1. Daseinanálise - L. Binswanger, M. Boss, G. Condrau
  2. Logoterapia - V. Frankl, J.P. Fabry, A. Tengan, P. Wong
  3. Psicoterapia existencial-humanista norte-americana - Rollo May, J. Bugental, I. Yalom, Kirk Schneider
  4. Psicoterapia existencial britânica - Laing E. Spinelli, E. Van Deurzen-Smith, H. Cohn
  5. Psicoterapia existencial breve - F. Strasser & A. Strasser
  6. Psicoterapia existencial sartreana - M. Villegas, T. Erthal, B. Cannon

 

Fonte:

TEIXEIRA, José A. C.. Análise Psicológica. Lisboa: 2006. Extraído do site http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a03.pdf em 27/06/2020. [Link]

 

 

Alberto Erich Okada

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